quarta-feira, 30 de maio de 2007

Audácia Condenada

Após ferir no seio o próprio mito
Um anjo condenou-me a ver no mundo
O mesmo brilho pálido e infecundo
Que vi nos horizontes do infinito.

A minha insensatez me fez maldito
E até redescobri um prazer imundo
Bebendo o vinho quente e rubicundo
Que flui das veias gordas do delito.

Assim tornei-me um sábio ignorante,
Um louco mudo, estúpido e sem graça,
Que vaga pelas ruas (sempre avante!)

Atrás de uma miragem que não passa,
Sonhando com palácios e uma amante
Enquanto dorme inerte numa praça.

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