Boa Morte
Após provar do amor as mil ofensas
E escrever muitos versos sem lirismo
Tornei-me triste presa do ostracismo
E à sarjeta atirei as minhas crenças.
Procurei um prazer que não se evola,
Porém para curar a minha chaga
Fechei-me numa culpa semi-vaga
A sós com o Pavor e uma pistola.
E bem no limiar dessa aflição
Repousei o metal no coração
Movido por alguma fúria cega,
E puxando o gatilho o chumbo quente
Atravessou um peito que se nega
A estar em paz consigo finalmente.
Um comentário:
Sem lirismo? Não creio.
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