Luto
A dor que não sentiste sinto agora
Ao contemplar-te nessa tumba fria
Em um momento em que o pavor devora
Toda esperança que a paixão nutria.
Os vermes hão de consumir-te as tripas
E na amargura desse chão sem fim
Verei morrer as sazonais tulipas
Daquele amor que não achaste em mim.
E enquanto a cova te recebe em festa
E sobre a Terra cai a noite densa,
Sei que na vida agora só me resta
Beber o fel de uma saudade imensa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário