segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Áspide

Mulher de lábios castos e fatais
Por quem me apaixonei perdidamente!
Recordo a tua voz, doce e silente,
Assim como o sibilo das corais.

O teu sorriso claro e comovente
Me fez te desejar ainda mais
No instante em que — delírios sensuais —
Provei o teu veneno amargo e quente.

Naqueles dias prenhes de alegria
Te dei o meu amor e o meu respeito
E junto ao coração eu te acolhia.

Contudo certa noite em nosso leito
Num gesto de paixão e covardia
Cravaste as tuas presas no meu peito!