Vampira
À treva virgem da cova
Eu fui à tua procura
Pois sei que na sepultura
Hei de encontrar vida nova
Para minha alma que anseia
Provar o sangue de Deus
E beber dos lábios teus
O vinho da Santa Ceia.
O gelo de teus abraços
É todo calor que almejo —
É a força do meu desejo
Presa nos meus membros lassos
De cavar a terra fria
Dos cemitérios antigos
E dormir entre os jazigos
À espera daquele dia
Em que virás até mim
Na escuridão de algum leito
Para fincar no meu peito
Teus dentes de alvo marfim,
Derramando a minha vida
No momento em que me calo
Ao ver que meu sangue ralo
Será enfim tua bebida.
E agora que estás aqui,
Esse pavor tão distinto
Já iguala o medo que sinto
De negar meu sangue a ti!
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