quinta-feira, 28 de junho de 2007

Crepúsculo

Na abóbada do céu a noite escura
Escondera terrores sem poente
E um cadáver em cujo sangue quente
Reflui aquela dor que se perdura.

E vindo o Sol à minha sepultura
Descobri-me tomado novamente
Por aquele silêncio decadente
Que não se apaga nem se transfigura.

E em meu pavor pedi a todo deus
Que secasse da minha dor a fonte
E o mar aonde estão os medos meus.

Mas, vítima do fado de Faetonte*,
Golpeou-me o relâmpago de Zeus
Enquanto eu me elevava no horizonte.

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(*) Faetonte: na mitologia grega era o filho de Hélios (o Sol) e da ninfa Climene. Um dia Faetonte foi até o lar de seu pai no leste e convenceu este, mesmo contra a vontade, a lhe entregar a rédeas da carrugem do Sol por um dia. Assim, vestindo a coroa solar, ele próprio se fez sol e elevou-se no horizonte. Mas inábil, não conseguindo domar a fúria dos cavalos, aproximou-se demais das estrelas e da Terra, ferindo ambos com seu fogo. A pedido de Gaia, Zeus fulminou-o com um raio e Faetonte precipitou-se sobre o rio Erídano, onde jaz sepultado.

História completa: http://www.geocities.com/eros_x111/mit-faetonte.htm
Entrada na Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Pha%C3%ABton

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