segunda-feira, 25 de junho de 2007

Envelhecer

Corpos apodrecendo em meu jardim
Revelam que jamais vivi assim:
Como uma tempestade de verão
Destelhando mansões noutra estação.

Hoje todo perfume que me embala
Recende docemente na ante-sala
Do necrotério mais lotado e frio
Onde a Saudade se faz e eu me crio.

Mesmo o meu verso louco e descontente
Suspeita que por muito que se tente
Não há como apagar a voz que clama.

E porque renasci do pó e da lama
Lamento já sem mágoa ou paixão
As flores que matei por diversão.

Um comentário:

Unknown disse...

Destaco apenas a chave de ouro.