terça-feira, 24 de julho de 2007

Hipocrisia

Liberto das amarras do papismo
Sufoquei no pecado a minha fé,
E negando o Judeu de Nazaré,
Rendi louvores gratos ao Abismo.

Sedento, degustei sublimes vinhos
Num altar consagrado ao deus Satã,
E jamais acordei pela manhã
Com medo de trilhar novos caminhos.

Contudo a minha sanha esmoreceu
Como sempre acontece com o ateu
Que não se satisfaz com heresias.

Alçando muitas súplicas sombrias,
Finalmente implorei a Deus perdão —
Enfim, tornei-me mais um bom cristão!

Um comentário:

Unknown disse...

Apesar deste final que lembro um poco o barroco de Gregorios de Mato, me pareçe que existe uma enorme sombra do que restou de Baudelaire na tua mente, siga TEU CAMINHO!Ilumina esta sombra!Assim teus poemas terão ainda mais contantamento.Desculpe se pareço rispido, mas pareçe necessario.