O Pianista Decide Morrer
Para G. F. A., com estima e afeto.
Paramos numa praça entristecidos.
Sozinhos, o silêncio fez-se voz,
E aquela solidão que vive em nós
Virou lamentos roucos e vencidos.
As lágrimas secaram uma a uma.
Por fim disseste: “Não quero viver
Porque sorrir jamais foi um prazer —
Então que morra a rosa que perfuma!”
Amigo, a tumba nunca será boa,
Mas sei que no pavor que se anuncia
Na morte encontrarás uma alegria.
Porque a mesma dor no peito ecoa,
E aquele desespero tão humano
Flutua nos acordes de um piano.
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