De Profundis
Senhor, por que jamais disseste ao certo
Que tudo nessa vida vai aos poucos
Perdendo aquele espírito que aos loucos
Desenha belas rosas no deserto?
Lutamos com o seio descoberto,
E nem a nossa dor em gritos roucos
Consegue despertar os deuses moucos
Que vivem sempre longe e nunca perto.
Ao Homem resta uma alma malferida
— Refém das alegrias mais estranhas —
E presa de uma culpa indefinida,
A lágrima rasgando-lhe as entranhas,
Na angústia descobrir que nessa vida
Somente o coração move montanhas.
Um comentário:
Muito Bom! Com o tempo pretendo ler todos.
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