Apenas o Final...
...de três sonetos que jamais logrei terminar.
I
Mas vítima da atroz Melancolia
Passei a amar as trevas como a Lua
Até que ao despertar de um triste dia
Em pânico adentrei a cova nua
Enquanto do alto um anjo me advertia:
— Na morte toda dor se perpetua!
II
Da taça de veneno à tumba escura
Procuro a Morte aos prantos, indeciso.
Talvez no meu suicídio haja a cura,
No túmulo o descanso que preciso;
Porque na escuridão da sepultura
Jamais me lembrarei do teu sorriso.
III
Caminho pelo vale lamacento
De um mundo que morreu de inanição
Enquanto no silêncio do momento
Contemplo a nova presa da Aflição:
Diante de um banquete suculento
Satã devora o próprio coração.