quarta-feira, 15 de abril de 2009

Apenas o Final...

...de três sonetos que jamais logrei terminar.

I

Mas vítima da atroz Melancolia
Passei a amar as trevas como a Lua
Até que ao despertar de um triste dia
Em pânico adentrei a cova nua
Enquanto do alto um anjo me advertia:
— Na morte toda dor se perpetua!

II

Da taça de veneno à tumba escura
Procuro a Morte aos prantos, indeciso.
Talvez no meu suicídio haja a cura,
No túmulo o descanso que preciso;
Porque na escuridão da sepultura
Jamais me lembrarei do teu sorriso.

III

Caminho pelo vale lamacento
De um mundo que morreu de inanição
Enquanto no silêncio do momento
Contemplo a nova presa da Aflição:
Diante de um banquete suculento
Satã devora o próprio coração.

Um comentário:

Nosalai disse...

Quanta dor! Muita dor e trizteza! Sinto o mesmo!