Elegia à Musa Ausente
Longe do paraíso de teus seios,
Perdido no meu próprio pensamento,
Compus quatorze versos e queimei-os
Pois sem ti a poesia é um desalento.
E mesmo naufragando em devaneios
Não pude suportar esse tormento:
Ao partires, querida, meus receios
Transformaram-se em gritos de lamento.
Mas minha angústia só será finada
Quando em meu coração tão imperfeito
Somente palpitar uma certeza:
Que em breve, numa noite enluarada,
Hei de também sentir rasgando o peito
A dor que sepultou minha princesa.
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