quarta-feira, 23 de maio de 2007

O Concerto (Opus Nº 2)

Dedicado a G. F. A.
Meu sangue ferveu quando o pianista
Num gesto de loucura rara e vã
Juntou à sua súplica cristã
Composições de cunho satanista.

Logo a esfera celeste foi fendida
Pelo rugir de cordas de metal —
Uma canção sublime e angelical
Que escorre da tristeza e da ferida.

Tal música marcou todo compasso
Com garras de veneno rasgando aço
Numa dança macabra e traiçoeira.

No ar rugiram gemidos de agonia
E a cada nota amarga que se ouvia,
Meu grito sacudia a Terra inteira.

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