quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Sem Resposta

Aquele amor ardente que nos doma,
Que rasga sem pudor a nossa derme,
Escava o nosso seio como um verme
E ao pânico uma lágrima se soma.

Desejo a solidão de uma redoma
Que possa proteger um peito inerme
E em cujo interior rebrote o germe
Daqueles sonhos mortos pelo coma.

Do peito arranco aos gritos uma prece
E luto para nunca mais amar,
Contudo o mesmo afeto permanece!

Se em meu sorriso a mágoa tem lugar,
Então por que procuro uma benesse
Num beijo que me fere e faz sangrar?

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