POLARIS
A sós na escuridão da noite
O meu peito em silêncio grita
Se me falta a luz daquela estrela
Cujo brilho o teu sorrito imita.
A sós na escuridão da noite
O meu peito em silêncio grita
Se me falta a luz daquela estrela
Cujo brilho o teu sorrito imita.
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Em que lembrança guardarei
O perfume do teu cheiro?
E onde provarei do teu sabor
Se já revirei o mundo inteiro?
Na escuridão de cada dia
Sigo às pressas tropeçando,
Buscando o teu retrato nas nuvens
E nada no céu encontrando.
Porque cego de mil imagens
Somente em sonhos eu te vejo,
Em cores de paixão e delírio
Ou curvas de puro desejo.
Sou feliz quando finalmente
O sonho vira realidade
E nos encontramos à noitinha
Para vivermos a eternidade.
Mas se de manhã te vejo ir
Em desespero meu peito grita
Porque a distância é pequena
Mas a saudade é infinita!
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Passar uma hora inteira sem ti
É viver do que não se tem.
É mirar o horizonte negro
Atrás de um Sol que nunca vem.
É se perder num labirinto
Trilhando caminhos sem volta -
A sós, sem anjo da guarda,
E tendo pesadelos por escolta.
Passar um dia todo sem ti
É a morte que jamais desejo.
É pavor que deixa sua marca
Na lembrança de cada beijo.
Um dilema vasto e terrível
No universo de cada ser,
Ou aquele amargor na língua
Que estraga o mel do prazer.
São semanas de silêncio
Que gritam no nosso ouvido
Seus rancores pestilentos,
E de repente nada faz sentido...
Mesmo assim sigo adiante
Até que o relógio enfim anuncia
Com suas promessas vagas
A chegada de mais um novo dia.
Mas ao fim do primeiro minuto
Já não bate meu coração
Pois na ausência do teu beijo
Toda saudade vira solidão.
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Quando chegas de mansinho
Em meu peito a consolar,
Sinto o sangue ferver nas veias
E os olhos transbordam como mar.
Vejo teus cabelos na escuridão
Arrastando estrelas mil
Em nuvens de flores cujo encanto
Nesse mundo nunca se viu.
Mas às vezes faltam-me palavras
E cerra-me os olhos de dor
Porque se é impossível não te amar
Complicado é descrever esse amor.
Por isso te imploro, minha musa,
Que se em pânico algum dia
O meu verso nascer impuro
Frágil, sem brilho e alegria,
Ou se diante da tua beleza
Meu coração sentir-se pequeno,
Então embriaga-me com teu beijo
Ou mata-me com teu veneno!
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Possuído por tal amor,
Muitas vezes insensato,
Com o sangue que me falta
Desenho o teu retrato.
Ignoro a música da tarde
E, seja noite ou seja dia,
No silêncio que me habita
Teu suspiro é melodia.
No céu da minha retina
Te vejo em novas paisagens;
Em memórias de beijos,
Sonhos, planos e viagens.
Às vezes me desespero
Quando o frio da madrugada,
Inclemente e sorrateiro,
Transforma tudo em nada.
Porém encontro alívio
Se minha cabeça descança
Sobre o largo travesseiro
Da mais aguda esperança.
Mas na escuridão da noite
A saudade nunca finda
E desperto dos meus sonhos
Te desejando mais ainda.
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