sexta-feira, 4 de abril de 2008

Suicídio Nº 2

Com medo de sonhar passei os dias,
E mesmo aquele amor outrora ameno
Cavou em meu semblante mais sereno
Um poço de tristezas e agonias.

Cruel, a Solidão me fez pequeno,
Pisou as minhas frágeis alegrias
Até que numa dessas noites frias
Enfim provei do cálice o veneno.

À Morte a minha boca disse sim
Sorvendo do Sepulcro os mil punhais;
Mas quando a minha dor chegava ao fim,

Ouvi ao longe vozes infernais
Zombando: — Fácil é morrer assim!
Difícil é viver um pouco mais...

Um comentário:

Iriene Borges disse...

"Dificil é viver um pouco mais"
Concordo.