Sem Resposta
Aquele amor ardente que nos doma,
Que rasga sem pudor a nossa derme,
Escava o nosso seio como um verme
E ao pânico uma lágrima se soma.
Desejo a solidão de uma redoma
Que possa proteger um peito inerme
E em cujo interior rebrote o germe
Daqueles sonhos mortos pelo coma.
Do peito arranco aos gritos uma prece
E luto para nunca mais amar,
Contudo o mesmo afeto permanece!
Se em meu sorriso a mágoa tem lugar,
Então por que procuro uma benesse
Num beijo que me fere e faz sangrar?